Raio X das vítimas no trânsito

Mortes caem 34% em quatro anos nas estradas da região

Patric Chagas

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Não há motivos para comemorar, mas é um alento às dolorosas estatísticas da carnificina no trânsito nas estradas da região central do Estado.
Enquanto em 2010, 152 pessoas perderam a vida em estradas e ruas do centro do Estado, em todo o ano passado, foram registradas 99 mortes nas estradas rurais e urbanas, o que indica uma redução de 34%. Porém, mesmo que essa queda demonstre que algumas das medidas adotadas pelos órgãos de segurança vêm dando certo, o trabalho está longe de estar concluído.

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Os motivos que contribuíram para essa queda ao longo dos anos são unanimidade entre policiais e especialistas. De acordo com o policial rodoviário federal Gelson Pedro Satler, que responde interinamente pela PRF de Santa Maria, apesar da falta de investimento na infraestrutura das estradas da região, houve um acréscimo no número de efetivo.

Na visão do policial, o que possibilitou que as ações de fiscalizações nas estradas fossem intensificadas com o uso de bafômetros e radares móveis. Somado a isso, Satler ainda enumera a instalação de lombadas eletrônicas e redutores de velocidade.  Os controladores  começaram a ser instalados em rodovias federais no ano de 2011. Santa Maria é a cidade com mais faixas de tráfego monitoradas. Ao todo, são 16: nas BRs 158, 287 e 392.

Eduardo Biavati, sociólogo e especialista em segurança no trânsito, afirma que nos últimos três anos houve uma integração inédita das várias forças de segurança que atuam em rodovias estaduais, federais e dentro das cidades e na zona rural.

_ Elas conseguiram traçar estratégias conjuntas que vêm trazendo um efeito positivo em especial nos feriados com grandes operações de fiscalização. É inquestionável que esse esforço vem contribuindo para uma estabilização no número de acidentes e mortes. Em todos os locais onde houve esse esforço integrado, o resultado se consolida _ diz.

Porém, o sociólogo faz uma ressalva. Segundo ele, a redução obtida somente por meio da fiscalização chegará ao seu limite em, no máximo, oito anos. As soluções apontadas pelo especialista são: investimento massivo em tecnologia e uma revisão na legislação de trânsito. Biavati cita a política de trânsito adotada pela Espanha.

_ Eles mudaram a legislação e instalaram centenas de milhares de radares. Na Espanha, o motorista é flagrado por um radar eletrônico e a infração é gerada imediatamente ao sistema. Quando ele chegar no próximo pedágio, ele só poderá seguir viagem se depositar o valor da multa _ conclui Biavati.

A Lei Seca, que entrou em vigor em junho 2008, pesa no bolso (R$ 1.915,40) do motorista e ainda pode fazer com que ele perca a habilitação.
_ O endurecimento da Lei Seca facilitou o trabalho da polícia, pois o simples fato de o motorista se recusar a realizar o bafômetro não faz com que ele escape de uma notificação. Além disso, dobrou o valor da multa.

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